terça-feira, 26 de abril de 2011

Por que EMPREENDER?

A importância do empreendedorismo e do empreendedor
(Observem que isso é apenas uma entrevista, imaginem! Muita informação boa)

Entrevista concedida para o site Itambé Empresarial em 18/07/2008.Mario Persona é consultor, escritor e palestrante. Veja em www.mariopersona.com.br

Por que o empreendedorismo é importante?

Mario Persona -
Nada acontece sem pessoas empreendedoras, com visão e disposição para mudar as coisas. O empreendedor é inquieto, percebe coisas erradas ou que podem ser melhoradas e parte para a ação.
Ser empreendedor é um "dom"? É possível tornar uma pessoa empreendedora?

Mario Persona -
Creio que algumas pessoas sejam mais empreendedoras do que outras por diferentes razões. Pode ser pelo desejo de criar algo novo ou de não se conformar com o modo como as coisas estão. Pessoas com um limitado senso de observação têm dificuldade para empreender, já que não conseguem enxergar o que há de errado com o modo de fazer algo que tem sido feito do mesmo modo há mil anos.

Creio ser possível estimular o empreendedorismo nas pessoas, mas se não existir uma resposta, uma disposição para isso, elas não sairão do lugar onde estão para fazer algo diferente. Quem está sempre em busca de uma zona de conforto dificilmente encara o empreendedorismo como um benefício. Para pessoas assim ele é visto mais como um estorvo.
Qual é o perfil e características do Empreendedor? E como identificar uma pessoa empreendedora?

Mario Persona -
Senso de observação, criatividade, inquietude, descontentamento... você pode fazer uma lista enorme de características, e em alguns umas são mais acentuadas do que outras. É preciso ser pró-ativo para ser empreendedor, e estar disposto a correr riscos e a lutar por suas idéias. Pessoas demasiadamente passivas e medrosas não empreendem.

Conheci um empresário que costumava colocar uma vassoura caída e atravessada no corredor por onde passaria o candidato ao emprego. Sem o candidato saber ele já era testado ali. Se a vassoura continuasse caída no corredor ele nem era entrevistado. Se o candidato se abaixasse para pegar a vassoura e colocá-la encostada na parede para não representar risco a quem passasse pelo corredor, esse era aprovado no teste.
Qual a importância de um empreendedor em uma empresa?

Mario Persona -
Você encontra basicamente três perfis de pessoas nas empresas. O perfil administrador é o organizado, aquele que controla tudo, que se preocupa com dados e registros, que contabiliza, enfim, é quem olha para o passado. Pode ser alguém de números, da contabilidade, do financeiro. Ou qualquer pessoa que tenha um perfil de organização, horários rígidos e coisas assim. Essas pessoas são necessárias em toda organização, mas se existissem apenas elas a empresa não avançaria, pois não são dadas a correr riscos. Geralmente elas não perguntam "quanto vamos ganhar?", mas "quanto vamos gastar?".

Aí você tem o prático, o operacional, o técnico, que é o faz-tudo, aquele que monta e desmonta as coisas, que percebe defeitos, propõe consertos. Ele pode ser confundido com um empreendedor porque tem uma boa percepção para o que deve ser melhorado ou consertado. Ele não tem necessariamente o senso de organização do perfil anterior, mas também não olha para o futuro. Seu interesse está no aqui e agora, e por esta razão ele é um executor, não um empreendedor. Está mais para usar microscópio do que luneta.

O terceiro perfil é o do empreendedor real, aquele que pode não ser muito organizado e nem sempre sabe como executar suas idéias, mas que está sempre com um pé no futuro. Pode não ser uma pessoa operacional porque acaba delegando a execução da idéia enquanto parte para outra. Geralmente as empresas precisam de empreendedores principalmente na gestão, no marketing, para viajarem o tempo todo em busca de idéias. Se colocarmos em termos de uma caçada, o empreendedor é o que sai caçar, o prático é o que prepara o churrasco e o administrativo aquele que cuida de todos os detalhes da organização e prestação de contas do safári.
Como posso trazer uma pessoa empreendedora para a minha empresa? E o que isso representará para o meu negócio?

Mario Persona -
A dificuldade é que empreendedores são esquivos e não gostam de trabalhar em ambientes engessados ou com pessoas de visão limitada. É preciso primeiro mudar a cultura da empresa para fazer dela uma empresa empreendedora, constantemente descontente com o status quo e decidida a correr riscos. Um ambiente assim atrai empreendedores, mas é importante entender que na filtragem podem passar pela malha alguns que são por demais inconseqüentes, que correm riscos desnecessários ou que não tem qualquer visão prática da viabilidade e aplicação das novas idéias.

Empreendedorismo e inovação andam de mãos dadas, mas sempre vale também aquela máxima de que "cientista e louco todo mundo tem um pouco". Até onde a loucura pode correr solta em uma empresa inovadora é ainda uma questão sem parâmetros precisos. Portanto há empresas que decolaram graças ao empreendedorismo e outras que naufragaram pela mesma razão. Por exemplo, uma inovação que é trazida para a empresa muito antes do tempo pode ser pior do que inovação nenhuma.
Quais os pontos positivos e negativos de ter empregados empreeendedores?

Mario Persona -
Deve existir um equilíbrio para que os projetos não sejam começados e abandonados. O ímpeto empreendedor é importante, mas precisa ser gerenciado para que os novos empreendimentos sejam transformados em resultados. Em uma escala menor, mais do dia-a-dia, só vejo vantagens em uma equipe com alto grau de empreendedorismo, pois o empreendedor sempre encontra novas maneiras de se fazer a mesma coisa, por mais rotineira que seja a tarefa.
Como ser um empreendedor no mundo atual, sendo que muitas coisas já foram inventadas, a competitividade é grande e o ato de se destacar no mercado é cada vez mais difícil?

Mario Persona -
Quando falamos de empreendedorismo isso não precisa ficar restrito às novas invenções, mas deve ser visto também como um aprimoramento contínuo. Há empresas que promovem o empreendedorismo e a inovação entre seus colaboradores com ótimos resultados. Muitas vezes há uma economia grande quando a própria equipe busca soluções para problemas de produção, por exemplo, trazendo idéias inovadoras que, se fossem desenvolvidas por uma consultoria externa, custariam caro para serem viabilizadas.

A competitividade no mercado é alta, mas sempre existe lugar para pessoas competentes, inovadoras e empreendedoras. O que falta no mercado é qualificação, já que a qualidade do ensino despencou nos últimos anos e nem todo mundo sabe que deve investir em educação formal e informal se quiser encontrar uma colocação. O ensino acadêmico não é suficiente para o profissional se lançar no mercado. É preciso uma boa dose de curiosidade e vontade de aprender para ele correr atrás de um conhecimento complementar, que irá diferenciá-lo de outros concorrentes.

Os Desafios da Economia Brasileira

A economia brasileira enfrenta diversos desafios:
 
1º - elevação da capacidade de poupança e investimento para sustentar o crescimento por meio da criação de oferta suficiente; 2º - incorporação da capacidade de inovação; e 3º - melhoria da capacidade de planejamento, regulação e desenvolvimento institucional, isto é, pensar o médio e o longo prazo. O BNDES tem a importante tarefa de ajudar na sustentação do investimento, afirma seu presidente, Luciano Coutinho (´Entrevista´. Valor, São Paulo, 14 abr. 2008, p. A14).
 
2. O nível de uso da capacidade industrial está alto o suficiente para estimular o investimento e ampliar a oferta. Mas ainda está numa faixa confortável para não produzir estresse inflacionário. As pressões inflacionárias têm vindo mais de fatores externos e acidentalidade (ver opinião de Leo Abruzzese adiante). Os elementos internos de formação do preço não mostram excitação alarmante, observa Coutinho (id.).
 
3. Assustou a velocidade de deterioração da conta comercial. Não devemos permitir a expansão do déficit em conta corrente(*) em níveis de modo a indicar a retomada de acelerado processo de endividamento em moeda forte. Se ocorrer a retomada desse processo, será desfeita a robustez externa, alerta Coutinho (id.).
 
4. O populismo cambial do primeiro mandato de FHC provocou gravíssimo desajuste nas contas externas. A dívida externa líquida subiu de 17,3% do PIB em 1994 para 40,2% do PIB em 2002. No governo Lula, a dívida e a vulnerabilidade externas foram drasticamente reduzidas. As exportações saltaram de US$ 60 bilhões em 2002 para US$ 160 bilhões em 2007, enquanto o balanço de transações correntes passou de um déficit acumulado de US$ 187 bilhões, no governo anterior, para um superávit de US$ 47,1 bilhões, no governo atual. Em relação às finanças públicas, a relação dívida interna líquida/PIB caiu de 59,6% em 2002 para 42,8% em 2007. Quanto ao PIB, o governo atual mantém crescimento médio de 4,53% (2004-2007) contra 2,3% na era FHC. Na área social, o governo Lula diminui as desigualdades. A renda dos 50% mais pobres teve, nos últimos três anos, crescimento de 32% e 17 milhões de brasileiros deixaram a miséria, observa Aloizio Mercadante, senador (´Dizem, ainda´. Folha de S. Paulo, São Paulo, 06 abr. 2008, p. A3).
 
5. No 1º trimestre de 2008, a importação deu um salto de vara (42%), contra mero salto de altura da exportação (14%). O saldo comercial trimestral caiu 67% (de US$ 8,7 bilhões, em 2007, para US$ 2,8 bilhões, em 2008). O saldo comercial de 2007 chegou a US$ 40 bilhões, enquanto o de 2008 deverá restringir-se a US$ 27 bilhões para o Banco Central ou US$ 10 bilhões para o Iedi. Em conseqüência, o déficit no balanço de transações correntes deverá chegar a US$ 12 bilhões em 2008, de acordo com o Banco Central. A situação vai ficar preta com iminente alta de juros e suas conseqüências: dólar despencando, saldo comercial encolhendo, déficit corrente engordando. A melhoria dos nossos fundamentos nos protegerá, dizem. Porém essa proteção se resume, no fundo, ao nível das reservas, originárias, por sua vez, do êxito do desempenho comercial, sem perspectiva de repetição. A inflação aleija, mas o câmbio mata, ensinou Mario Henrique Simonsen, citado por Rubens Ricupero (´Revogando as leis da economia´. Folha de S. Paulo, São Paulo, 13 abr. 2008, p. B2).
 
6. As exportações cresceram 26% em 2007, enquanto as importações, 65%. A tendência de queda do superávit da balança comercial deve-se ao real sobrevalorizado. A sobrevalorização do câmbio retira a competitividade de nossos produtos. A queda dos juros ajudaria a diminuir essa sobrevalorização e, também, a reduzir os gastos do governo federal. O Brasil tem de deixar de ser tão atrativo à entrada do dólar especulativo a buscar somente os juros mais altos dos mundo, pondera Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) (´Entrevista´. Gazeta Mercantil, São Paulo, 16 abr. 2008, p. A6).
 
7. O aumento da inflação ora verificado nos países emergentes é provocado pela disparada dos preços das ´commodities´ devido ao crescimento da demanda dos países asiáticos. Mas, se a economia mundial (envolvendo a China e a Índia) entrar em desaceleração com a recessão nos EUA, as pressões inflacionárias serão arrefecidas, de acordo com a análise de Leo Abruzzese, diretor para as Américas da ´Economist Intelligence Unit´, braço de pesquisas do grupo responsável pela revista ´The Economist´ ´Entrevista´. Folha de S. Paulo, São Paulo, 20 abr. 2008, p. B6).
 
8. O Brasil tem histórico de hiperinflação. Quando há alguma ameaça de alta de preços, o BC sobe os juros e manda a mensagem de estar atento à situação. Mas, se o Brasil deseja crescer num ritmo forte, o caminho tem de ser baixar os juros. Se a taxa permanecer alta, o País nunca vai realizar todo o seu potencial. Um aumento de 1,5% na taxa SELIC, até o final de 2008, é demais e poderá desaquecer a economia muito acima do desejado. O BC sabe da desaceleração prevista para a economia mundial, conclui Leo Abruzzese (id.).
 
9. A alta nos preços dos alimentos já se configura numa ´crise global´ e ameaça o crescimento e a segurança mundiais, disse Ban Ki-moon, secretário-geral das Nações Unidas (Folha de S. Paulo, São Paulo, 26 abr. 2008, p. B10).
 
10. Os preços do arroz praticamente triplicaram na Ásia somente em 2008. Aumento da demanda por parte de países em desenvolvimento, expansão do cultivo para biocombustíveis e enchentes e secas em países produtores estão entre as razões apontadas para o aumento dos preços dos alimentos (id.).
 
11. A crise atual no setor de alimentos abre grandes oportunidades para o Brasil. O País pode ser um dos principais fornecedores de alimentos e biocombustíveis, principalmente por deter a maior disponibilidade de terras agricultáveis do mundo (Folha de S. Paulo, São Paulo, 27 abr. 2008, p. B4).
 
12. O único impacto real e comprovado dos biocombustíveis nos preços dos alimentos é o dos biocombustíveis dos EUA à base de milho. Desde o início, em 2007, provocaram um verdadeiro choque no México, quando o preço da tortilha aumentou cerca de 50%. A queima em motores de cereais ou oleaginosos é uma política insensata. Há uma diferença essencial em relação ao álcool brasileiro, porquanto produzido a partir da planta inteira (biomassa) e não a partir do grão, observa Bruno Parmentier, professor da Escola Superior de Agricultura de Angers, a mais importante do setor na França, e autor de ´Alimentar a humanidade´ (Folha de S. Paulo, São Paulo, 27 abr. 2008, p. B5).
 
(*) Um dos principais indicadores de sustentabilidade externa da economia, a conta corrente do balanço de pagamento acusou, no 1º trimestre de 2008, saldo negativo de US$ 10,7 bilhões (muito próximo da previsão de US$ 12 bilhões para 2008), ante saldo positivo de US$ 241 milhões no 1º trimestre de 2007. A balança comercial explica 53% dessa virada rápida e intensa (Valor, São Paulo, 29 abr. 2008, p. C1).

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Como voltar a rotina depois de um FERIADÃO...

Realmente não existe nada melhor do que poder aproveitar um feriado prolongado ao máximo, o nosso ultimo feriado prolongado foi o da Semana Santa onde muitas pessoas acabaram emendando e puderam descansar bastante. Algumas pessoas aproveitaram para passear e curtir todo o clima da Semana Santa, ou passear com a família. Alguns também preferem ficar em sua residência aproveitando para passar um tempo com a família ou amigos, e também descansar.


Porém quando estamos em um feriado prolongado na grande maioria das vezes, acabamos indo dormir tarde e acordando mais tarde ainda, sem hora para nada acabamos trocando o horário de nossas refeições, entre muitas outras coisa e posteriormente sentimos uma grande dificuldade em voltar para a nossa rotina, por isso confira a seguir algumas dicas de como voltar a mesma da melhor maneira.

Normalmente nosso dia a dia é cheio de horários, temos que acordar cedo, e acabamos indo dormir um tanto quanto tarde, mais no feriado extrapolamos, se você nunca sabe o que fazer confira essas dicas, a primeira dica é que um dia antes de ir trabalhar você comece a voltar a sua rotina, durma cedo, e acorde cedo, nada irá lhe impedir descansar durante a tarde, porém não prolongue muito o seu sono, almoce no horário de costume e durma cedo, dessa forma você vai evitar ficar com sono no dia seguinte.
Outra dica é não ingerir bebida alcoólica, no dia anterior, e nem ir para baladas que acabem tarde e que poderá não lhe deixar ir trabalhar no dia seguinte, são pequenas mudanças que permitem que você se divirta ao máximo no seu feriado e possa voltar a sua rotina da melhor maneira, sem ficar com aquele sono que lhe impedi de trabalhar, e também interfere em seu rendimento.

Espero que gostem das dicas, e volte sempre!

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segunda-feira, 18 de abril de 2011

BMG negocia compra de uma só vez dos Bancos MORADA e SCHAHIN

O banco BMG, líder na concessão de crédito consignado entre as instituições financeiras privadas do País, negocia de uma só vez a compra dos bancos Schahin e Morada. Os dois negócios devem ser fechados nos próximos dias. Profissionais contratados pelo BMG estão na fase final do que se chama no mercado de due diligence - ou seja, um pente-fino na contabilidade do Schahin e do Morada.


Quando o sinal verde for dado pelos analistas, faltará definir os preços. Desde que estourou o escândalo do Panamericano, instituições financeiras especializadas em um negócio conhecido como venda de cessão de crédito passaram a ter dificuldades para manter o ritmo de seus negócios. Esses bancos costumam se capitalizar vendendo para outros carteiras de crédito que formam. Esta é uma maneira de conseguir dinheiro mais rapidamente, pois os bancos não precisam esperar até o vencimento dos empréstimos.

Em troca da venda antecipada, eles concedem um desconto para a instituição compradora. A maior parte do rombo do Panamericano ocorreu justamente na contabilização de carteiras de crédito vendidas para outros bancos, principalmente as grandes instituições de varejo. Se o então banco de Silvio Santos não tivesse sido salvo pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), analistas estimam que as instituições que fizeram negócio com o Panamericano apurariam prejuízos pesados.

Após a descoberta do problema, todas passaram a ser mais seletivas na hora de comprar carteiras. Em consequência, bancos que estavam acostumados a se capitalizar por meio dessas vendas começaram a ver o caixa encolher. Por isso, tiveram de pôr o pé no freio nas operações. "Esse modelo de negócio acabou", disse uma fonte do setor. "E o pior é que estamos falando de cerca de 150 bancos." Por isso, essa fonte e outros especialistas, como Luís Miguel Santacreu, da Austin Rating, acreditam que haverá um novo processo de consolidação do sistema financeiro no Brasil. O provável negócio do BMG com o Schahin e o Morada seria apenas o primeiro de vários.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

E a caminhada, valeu algum progresso?

Servidores do Piauí e agentes bancários querem sensibilizar o governo e a Justiça para os malefícios do duopólio para o empréstimo com desconto.

Apenas os GRANDES podem trabalhar.





Histórico
O governador Wilson Martins, após ter assumido o governo, editou o decreto concedendo a exclusividade em maio do ano passado. Depois disso, quatro ações foram apresentadas na Justiça contra a norma. O primeiro mandado requisitando a suspensão do duopólio foi impetrado pela Associação Brasileira dos Bancos (ABBC). O pedido foi deferido pelo Tribunal de Justiça do Estado. Contudo, a liminar acabou derrubada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Ari Pargendler, a exemplo do que ocorreu em relação a outros Estados. Já o mandado de autoria da Federação Intersindical dos Servidores Públicos Municipais e Estaduais (Fesempre) foi indeferido ainda no TJ.

Das ações que aguardam análise, uma é assinada pelo Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Piauí (Sinpolpi) e está tramitando no Tribunal de Justiça. O outro processo, este na Justiça Federal, foi movido pela Associação dos Oficiais Militares do Estado do Piauí (Amepi). No fim de fevereiro, o pedido de suspensão feito pelos oficiais da PM foi negado e a entidade recorreu ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

Além disso, os advogados da Amepi fizeram uma consulta ao Ministério Público Federal sobre a prática e apresentaram uma denúncia formal ao Banco Central contra o Banco do Brasil e a Caixa. Eles baseiam a argumentação na circular 3.522, publicada no dia 14 de janeiro pela autoridade monetária. Pela norma, o Bacen, órgão responsável pela regulação do sistema financeiro nacional, proíbe os bancos de firmarem com o poder público contratos que firam a concorrência no mercado de crédito consignado e reconhece a ilegalidade da prática.

Além de ferir o Código de Defesa do Consumidor e a Lei Complementar que rege o sistema financeiro nacional, os defensores da liberalização do segmento entendem que a exclusividade atenta contra a Constituição Federal. Em seu artigo 170, a Carta Magna garante o exercício da livre iniciativa. Já a lei 8.137, de 1990, tipifica como crime contra a ordem econômica o cerceamento à competição imposta por um agente ou pelo poder público.

Enfrentamento

As situações de monopólio ou oligopólio criadas artificialmente por atos de governo persistem em diversas localidades do país. A causa é comum. Firmando contratos de centenas de milhões de reais, o poder público – que obtém essas quantias - concede a administração da folha de pagamento do funcionalismo à instituição bancária. Como forma de compensação, o banco acaba recebendo a exclusividade no crédito consignado.

No Mato Grosso do Sul e no Rio Grande do Norte, os tribunais de Justiça já rechaçaram a concessão do privilégio apreciando o mérito das ações. Em outras localidades, o Judiciário ainda está para se pronunciar.

Além de ações na Justiça impetradas por organizações sindicais e entidades que representam bancos de menor porte, outras frentes foram criadas para combater a concessão de reservas de mercado.

Na Câmara Federal, tramita um projeto de lei de autoria do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) que, além de estabelecer normas para a oferta de empréstimo a funcionários públicos, proíbe a concessão da exclusividade. “Os servidores públicos não podem ser obrigados a contrair empréstimo em um banco específico. É direito deles escolher as melhores taxas de juros. Obrigá-los, além de imoral, vai contra a Constituição brasileira”, comentou Marquezelli.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) também investiga a situação. Denunciado por uma consulta de autoria da Federação Nacional dos Servidores Públicos Municipais e Estaduais (Fesempre) ao Ministério da Justiça, o BB foi intimado pelo Cade a se manifestar até esta semana. Do contrário, terá que pagar multa diária de R$ 5.000.
Fonte: Ascom

ANÁLISE - Governo quer aperto, mas bancos estatais mantêm crédito

Governo e bancos estatais se entenderam muito bem quando a ordem foi aumentar a oferta de crédito no imediato pós-crise, mas não parecem estar dançando a mesma música agora que o principal desafio do país passou a ser ameaça inflacionária.
Publicamente, o discurso de que o crédito para o consumo esfriou no começo de 2011 está alinhado. Na prática, porém, os bancos oficiais mantém a ofensiva para ganhar market share.
"Tem essa queda-de-braço entre inflação e crescimento. Mas os bancos do governo têm uma ordem interna para continuar pisando no acelerador", disse Carlos Daniel Coradi, presidente da Engenheiros Financeiros & Consultores.
Desde 2008, quando o governo orientou os bancos estatais a ampliar a concessão de financiamentos para tentar debelar os efeitos da crise global, a participação do setor no crédito do sistema subiu de 34 para pouco mais de 40 por cento. Nesse meio tempo, a Caixa tomou do Santander Brasil a quarta posição no ranking dos maiores bancos por ativos no Brasil.
Agora o governo, em meio à pressão persistente dos preços que estão levando as perspectivas para o IPCA de 2011 para perto do teto da meta oficial de 6,5 por cento, vem desde dezembro batalhando para esfriar o ritmo da economia, principalmente com medidas para diminuir a concessão de financiamentos, notadamente os voltados a pessoa física.
"Tem uma verdadeira volúpia entre os bancos por empréstimos ao varejo", disse um analista do setor bancário, sob condição de anonimato, avaliando que ainda há demanda forte por crédito devido ao aumento da renda das famílias nos últimos anos.
Nesse contexto, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil têm mantido as perspectivas de expansão de suas carteiras de financiamento para 2011 na casa de 17 a 30 por cento, em níveis acima da faixa de até 15 por cento pretendida pelo governo.